A Musicoterapia Preventiva é uma nova proposta na área da Musicoterapia, com o sentido de prevenir e não de intervir num determinado sintoma ou uma patologia, ou seja, não tem que existir necessariamente qualquer tipo de perturbação de desenvolvimento, para que possa haver uma intervenção musicoterapêutica.A música como um poderoso meio de estimulação.
A música tem a capacidade de produzir diferentes efeitos no ser humano, tendo a capacidade de provocar mudanças quer a nível físico, quer a nível mental. Podemos afirmar que uma música bem harmonizada, poderá provocar padrões mais saudáveis de pensamentos, sentimentos e acção. Em Musicoterapia, este poder da música é utilizado de forma a restaurar e melhorar o funcionamento físico, cognitivo, emocional e social das pessoas.
Para melhor se compreender de que forma é que a música actua a nível cerebral, quais os seus benefícios e efeitos, têm sido realizados ao longo dos anos, diferentes estudos com bebés e crianças. Para Wienberger (1999) as crianças são tidas como possuidoras de invulgares capacidades para perceber e responder às componentes básicas da música (melodia, harmonia e ritmo), no entanto é evidente que a música está presente nas suas vidas muito antes do falar, o que pode levantar uma questão interessante: a que idade o sistema nervoso e o cérebro começam a permitir a percepção, a memorização e o processamento da música? Segundo os mais recentes estudos a este propósito, esta actividade começa muito antes do nascimento, ou seja, o útero será a primeira sala de concertos.
Para Abrams e Col. (1998) as estruturas melódicas e principalmente rítmicas, são perfeitamente apreendidas pelos bebés no útero, uma vez que parecem estar a compensar algumas distorções sonoras para manter a percepção da sua estrutura.
Após o nascimento, o universo de sons e ruídos é muito mais complexo que no útero materno. O bebé começa a identificá-los, a memorizá-los e este trabalho permitirá ao córtex cerebral levar a cabo as primeiras tentativas de verbalização entre os 10 e os 18 meses de vida. A primeira infância é, sem sombra de dúvida, o período da vida do ser humano onde o ritmo de aquisição de novas competências se dá a uma velocidade vertiginosa. Através da música a criança irá adquirir conhecimentos e assim, desenvolver e modelar determinadas competências e atitudes que irão permanecer toda a vida. Tal como Sabatella (2007) refere, a qualidade integradora da experiência musical e o carácter globalizador das respostas do individuo à música, favorecem que uma mesma actividade musical ocorra ao mesmo tempo de diferentes processos de percepção e execução que por sua vez englobam, experiências sensoriais, motoras, emocionais, cognitivas e sociais.
A Musicoterapia Preventiva pode ser aplicada a diferentes níveis e a sua aplicação permite:
· Prevenir bloqueios a nível do desenvolvimento da criança;
· Estimular e desenvolver capacidades sensoriais, perceptivas e motoras;
· Desenvolver o interesse pelo ambiente sonoro-musical;
· Favorecer o desenvolvimento das capacidades de atenção, percepção e memória;
· Favorecer a socialização na produção musical em grupo;
· Tomar consciência do efeito do seu comportamento sonoro no grupo;
Concluindo, o objectivo da Musicoterapia Preventiva é portanto, proporcionar à criança, um espaço onde poderá explorar de uma forma aberta, experimental, interactiva, sistemática e evolutiva, os elementos da música, assim como, todos os sons do corpo/instrumentos/voz e música em geral, mas sempre com um olhar terapêutico e não com uma perspectiva didática. O terapeuta terá portanto, o papel de “abrir” novos caminhos à criança, possibilitando o desenvolvimento das suas capacidades a todos os níveis, sendo a música utilizada como mediadora para produzir mudanças.
A Felicity – Terapias de Reabilitação e de Re-educação, dispõe de serviços personalizados e especializados num conceito de equipa transdisciplinar, onde integra as áreas de Fisioterapia, Psicologia, Terapia da Fala e Terapia Ocupacional.
Os serviços efectuam-se no distrito do Porto e de Lisboa, em residências particulares, instituições educativas e de saúde, lares da 3ª idade, centros de dia, associações, empresas e outros.
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