segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Formação em Terapia Familiar para todos os Profissionais de Saúde e de Educação

A terapia familiar tem as suas raízes nos trabalhos desenvolvidos pelo psicanalista Sigmund Freud, pelo psiquiatra austríaco Alfred Adler, fundador da psicologia individual e pelo psiquiatra Harry Stack Sullivan dos Estados Unidos.
A Terapia Familiar, é uma forma de psicoterapia que se aplica a famílias, com origem no seio do Modelo Sistémico. A terapia familiar sistémica tende a compreender os problemas em termos de sistemas de interacção entre os membros de uma família. Considera-se a família como um todo, que é maior do que a soma das partes; assim são analisados os seus padrões de interacção e são procurados quais sustentam o problema.

Identificação do formador:
Doutora Paula Isabel Santos. Psicoterapeuta, Psicóloga Clínica.
Membro da IFTA- International Family Therapy Association, e do CECLICO.

Objectivos:
- Perceber a dinâmica familiar e a sua influência nos diferentes elementos do sistema;
- Entrevistar uma família;
- Realizar co-terapia familiar.

Número de Pessoas: Máximo - 10 | Mínimo - 6

Duração: 20 Horas

Preço por pessoa: 200€

Datas de Realização:
a) 12 de Março de 2011 b) 19 de Março de 2011
c) 26 de Março de 2011 d) 2 de Abril de 2011
Horário: Das 14h às 19h

Local de Realização:
Unidade Felicity na Maia
Av. António Santos Leite com a Vereda das Caleiras, Loja A
4470-142 Maia ( junto ao MacDonalds do Catassol )

Contactos / Pedido de Informações:
Dra. Elisabete Pinto - 91 702 59 51 | Dra. Magda Lomba - 92 548 96 56

Inscrição:
Enviar os seguintes dados para o email geral@felicity.com.pt
- Nome Completo - Profissão - Habilitações Literárias - NIF
- Morada - Contacto Telefónico - Nome da entidade empregadora

Formas de Pagamento:
1) Transferência Bancária para o NIB: 0036 0090 991 000 961 72 96
(enviar comprovativo por email)

2) Numerário ou MB nas instalações da Felicity

Prazo de Pagamento: - Até dia 10 de Março de 2011


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Musicoterapia

MUSICOTERAPIA


É o novo serviço disponibilizado pela Felicity!


Para visualizar a informação carregue na imagem!


Felicity - Para todos. Em todo o lado.


















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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Terapia Ocupacional - "Integração Sensorial"




O termo integração sensorial tem um significado especial para os terapeutas ocupacionais, mas é um processo fundamental para todos nós. Nos anos sessenta, Jean Ayres, uma terapeuta ocupacional e psicóloga, estudou o cérebro e a forma como este processava a informação sensorial, para que esta possa ser aplicada na aprendizagem, nas emoções e no comportamento, criando assim a teoria de integração sensorial. Esta teoria é muito aplicada na prática da terapia ocupacional e aplicada no campo da pediatria e da educação infantil.

Segundo esta teoria, a integração sensorial é um processo que organiza as sensações do próprio corpo e do ambiente envolvente e torna possível a utilização eficaz do corpo nesse ambiente. O cérebro deve seleccionar, promover, inibir, comparar e associar informação sensorial num padrão flexível e constantemente modificado: por outras palavras é a capacidade de organizar a informação para o uso.

Ayres acreditava que os primeiros 7 anos de vida são um período de rápido desenvolvimento na integração sensorial. O cérebro, especialmente o cérebro novo, é naturalmente maleável, a estrutura e a função tornam-se mais firmes com a idade. O processo de integração sensorial ocorre numa sequência desenvolvimental. Os comportamentos presentes em cada estádio promovem a base de desenvolvimento de outros comportamentos mais complexos. Quando uma disfunção na integração sensorial ocorre, o processo que leva ao desenvolvimento normal da função da integração sensorial é interrompido. O cérebro funciona como um todo integrado, mas é limitado a sistemas que estão hierarquicamente organizados, ou seja, funções de nível superior (como abstracção, percepção, raciocínio, linguagem e aprendizagem) são dependentes da integridade das estruturas de nível inferior e das experiências sensoriomotoras. O bom funcionamento das estruturas superiores depende do bom desenvolvimento e funcionamento das inferiores. O processo de integração sensorial é essencial para uma correcta maturação e desenvolvimento do sistema nervoso central.

No entanto, algumas crianças apresentam problemas que derivam de falhas na integração sensorial. Quando algum aspecto da integração sensorial não funciona correctamente, a criança pode experienciar stress e dificuldades no desempenho das suas actividades. Dificuldades como manter-se equilibrada numa cadeira, vestir-se, saltar à corda, ou comer de forma apropriada são alguns exemplos de situações que podem advir de problemas na integração sensorial. Dificuldades de aprendizagem ou défice de atenção podem também resultar de problemas neste âmbito. A criança tem consciência destas dificuldades, situação que frequentemente gera frustração. Muitas crianças com problemas deste nível, desenvolvem uma tendência para evitar ou rejeitar desafios motores de forma a evitar o sentimento de frustração por falhar. Se tal comportamento mantiver, a criança pode falhar experiências  importantes e essenciais para um bom desenvolvimento, como por exemplo brincar e jogar com os colegas.

A avaliação da integração sensorial na criança, como todas as outras áreas de terapia ocupacional, requer uma abordagem multifacetada devido à necessidade de perceber não só a condição da criança avaliada, mas também a família e os diferentes contextos em que a criança participa, onde a avaliação no contexto natural, como a escola ou o domicílio são importantes. A avaliação começa com uma compreensão geral das ocupações da criança e família, centrando-se nas preocupações e expectativas da família em relação às potencialidades e desafios que a criança encontra no desempenho das suas actividades diárias.

Planear um programa de intervenção de terapia ocupacional para a criança com algum problema de integração sensorial requer uma análise cuidada. O processo de avaliação ajuda o terapeuta a decidir qual a melhor intervenção para cada caso, podendo passar por terapia individual, sessões de grupo e/ou consultadoria colaborativa entre pais e professores. A intervenção será sempre delineada com foco no envolvimento em ocupações de forma a suportar e potenciar a participação da criança nos seus contextos do dia-a-dia (casa, escola/infantário, entre outros). Tal situação pode passar pelo aumento da frequência de respostas adaptativas, gradualmente mais complexas, pelo desenvolvimento das competências motoras globais e finas, das competências cognitivas e de comunicação/interacção, ou aumento da auto-confiança e auto-estima, para dar alguns exemplos.

O objectivo da terapia ocupacional passará sempre por melhorar a condição de saúde da criança e a sua qualidade de vida, através do envolvimento em ocupações e/ou actividades importantes e significativas.

João Aires, Terapeuta Ocupacional da Felicity


A Felicity – Terapias de Reabilitação e de Re-educação, dispõe de serviços personalizados e especializados num conceito de equipa transdisciplinar, onde integra as áreas de Fisioterapia, Psicologia, Terapia da Fala e Terapia Ocupacional.

Os serviços efectuam-se no distrito do Porto e de Lisboa, em residências particulares, instituições educativas e de saúde, lares da 3ª idade, centros de dia, associações, empresas e outros.




quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Relation Play - 2ª Edição - Inscreva-se já!

"O Relation Play, desenvolvido entre 1950 e 1990 por Verónica Sherborne, é um método de trabalho inspirado na teoria do movimento humano de Rudolf Laban. Tem sido reconhecido como um método único e distinto, contribuindo para a consciencialização do corpo e do espaço, do auto-conhecimento, e da auto-confiança, promovendo a comunicação e interacção social.
Sherborne afirma que o seu estilo de educação através do movimento ao promover a auto-estima, desenvolve nos participantes uma melhoria a nível motor, cognitivo e social."
 
Identificação do formador:
Dra. Filipa Campos, Terapeuta Ocupacional e Docente na ESTSP.

Objectivos:

- Fornecer informação sobre o método de Relation Play;

- Prover os participantes de mais uma forma de trabalho a utilizarem no seu dia-a-dia;

- Proporcionar experiências práticas para desenvolver a criatividade e a consciência do objectivo dos movimentos.

Destinatários:
- Terapeutas Ocupacionais - Terapeutas da Fala - Fisioterapeutas - Psicólogos
- Estudantes Universitários - Docentes

Requisitos: Os participantes devem trazer roupa e calçado prático
Número de pessoas: Máximo - 12 | Mínimo - 6
Duração: 2 horas
Valor por pessoa: 20€

Datas de realização*:
a) 19 de Fevereiro de 2011 - Das 10h às 12h
b) 26 de Fevereiro de 2011 - Das 10h às 12h
*Nota: A 2ª edição do Relation Play terá duas datas alternativas para que haja um número maior de inscritos. Poderá optar por dia 19 ou 26 de Fevereiro. Inscreva-se já!

Local de Realização:
Unidade Felicity na Maia, Av. António Santos Leite com a Vereda das Caleiras, Loja A
4470-142 Maia ( junto ao MacDonalds do Catassol )

Contactos / Pedido de Informações:
Dra. Elisabete Pinto-91 702 59 51, Dra. Magda Lomba-92 548 96 56

Inscrição:
Enviar os seguintes dados para o email geral@felicity.com.pt:
Nome - Profissão - Habilitações Literárias - NIF - Nome da entidade empregadora

Formas de pagamento:
1) Transferência bancária para o NIB: 0036 0090 99100096172 96 (enviar comprovativo por email)
2) Em numerário ou por MB nas instalações da Felicity.
Prazo de pagamento: até 8 dias antes da data de início do respectivo workshop.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A Felicity abraça Alfena de forma muito especial...

A Felicity assinou mais um Protocolo de Parceria. Desta vez com a Escola-Academia Sporting de Alfena, uma escolinha de futebol que tem cerca de 250 alunos a seu cargo. É com todo o prazer que a Felicity disponibiliza os seus serviços a todos os seus alunos, colaboradores e familiares, facultando-lhes o apoio de técnicos licenciados na resolução das suas fragilidades de uma forma cuidada e simples, sem terem que sair do seu espaço de conforto.

A nossa disponibilidade vai também para a nova Equipa Especial criada pela Academia com os meninos do Centro de Acolhimento Mãe de Água em Valongo e da Escola Básica do
Xisto em Alfena.

A Escola-Academia de Sporting de Alfena está de Parabéns por ter tido este gesto bonito de oferecer a estes meninos tão especiais a oportunidade de poderem praticar um desporto tão desejado por todas as crianças, como é o futebol.

Para a Felicity foi uma satisfação enorme ter tido o privilégio de poder colaborar na criação desta Equipa Especial e poder dar a estas crianças tudo o que merecem, contribuindo para a sua felicidade.

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Terapia da fala - "Deglutição, já ouviu falar?"

Numa criança acontece cerca de 600 a 1000 vezes por dia, em adulto entre 2000 a 2600. É mais frequente durante o dia, mas mesmo durante a noite acontece. Os portuenses gostam de o fazer acompanhados de umas tripas ou de um bom vinho do Porto, os lisboetas com um pastel de nata e os madeirenses com o famoso bolo do caco. Já consegue adivinhar? Pois é, Deglutição é o nome técnico utilizado para o acto de engolir. A verdade é que esta função nem sempre recebe o valor devido e só no momento em que sofre alterações é que a sua importância no nosso dia-a-dia é valorizada.


Apesar de parecer simples, este processo exige uma grande capacidade de coordenação motora de vários grupos musculares, para transportar o alimento desde que este entra na boca até ao nosso estômago.
Numa breve explicação, levar o alimento até ao estômago acontece em quatro fases: Fase preparatória: corresponde ao início do processo digestivo, através da salivação, movimentação de língua e mastigação do alimento; Fase Oral: ainda uma fase consciente e voluntária, acontece a partir do momento em que o bolo alimentar está formado. Este é reunido sobre a língua e “espremido” para a faringe. Nesta transição para a próxima fase acontece ainda a subida da laringe e paragem respiratória por um tempo máximo de 1,5 segundos (principalmente nos homens, é possível observar, em frente a um espelho, o movimento que acontece na “Maça de Adão”); Fase Faríngea: consciente mas já involuntária, em que o bolo alimentar continua a ser “espremido” em direcção ao esófago, com movimentos ondulatórios da parede da faringe e encerramento da abertura para o espaço nasal; Fase Esofágica: nesta fase o bolo alimentar dá entrada no esófago e é transportado até ao estômago por movimentos peristálticos, numa acção involuntária e inconsciente.
Ao longo da vida algumas doenças podem interferir com este processo, entre as quais alterações do sistema nervoso central (Acidente Vascular Cerebral, Doença de Parkinson, Esclerose Múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica, etc.), doenças neuromusculares (Miastenia Gravis) ou lesões estruturais (traumas, carcinoma, cicatrizes provenientes de cirurgia). É comum que estas patologias tragam dificuldades e em cada patologia com características diferentes. No caso de um indivíduo que sofra um AVC, por exemplo, as complicações podem ir desde dificuldade de mastigação ou movimentação de língua até à diminuição de reflexos que podem condicionar a alimentação por via oral ou até mesmo, em alguns casos levar a uma pneumonia por aspiração.
Mesmo quando não existem patologias associadas, com o envelhecimento normal podem ocorrer algumas alterações da deglutição que afectem a qualidade de vida do indivíduo e em específicos aspectos nutricionais e/ou psicossociais. Algumas alterações morfológicas assim como diminuição da força muscular e reflexos, são, na maioria dos casos, os aspectos negativos que influenciam o processo. Alguns sinais de alerta para estas alterações podem ser:
1.Tem dificuldade em mastigar a comida?
2.Perde alimento pela boca enquanto come?
3.Perde saliva pela boca?
4.Depois de engolir ainda fica com comida na boca?
5.Tem dificuldade em engolir a comida?
6.Precisa de beber líquidos para empurrar a comida?
7.Depois de engolir tem necessidade de tossir ou limpar a garganta?
8.Quando engole sente que a comida fica presa na garganta?
9.Engasga-se muitas vezes?
10.Depois da refeição fica com a voz diferente?

Na ocorrência de algum destes sinais deverá recorrer a profissionais especializados, nomeadamente o Médico Otorrinolaringologista, Médico Estomatologista, Médico Gastrenterologista e/ou Terapeuta da Fala.

Na maioria das situações é possível diminuir os efeitos provocados por essas alterações. Alguns exemplos de estratégias que podem minimizar o impacto das alterações decorrentes do envelhecimento normal podem ser:
                                                        
1.Antes de iniciar a refeição o paciente deve ser colocado numa posição correcta;
2.O alimento deve ser oferecido em pequenas quantidades;
3.Deve-se evitar que o paciente levante a cabeça para introduzir o alimento na boca;
4.A pessoa que auxilia a alimentação deve estar sempre sentada ao alimentar alguém;
5.A pessoa que auxilia deve ficar ao nível dos olhos do paciente;
6.A pessoa que auxilia a alimentação não deve ter pressa;
7.Durante a alimentação deve-se conversar com o paciente, no sentido de perceber se existe algum problema;
8.Devem ser adoptadas as manobras de deglutição recomendadas para cada paciente pelo Técnico que acompanha o caso.

A deglutição é mais do que o acto de engolir, é um mecanismo que poderá envolver o indivíduo a nível social e pessoal. Este poderá interferir em situações de exposição relacionadas com a alimentação (refeições em locais públicos) e também com o próprio prazer que o acto nos permite. Um acompanhamento adequado nestas dificuldades pode garantir ao indivíduo a continuidade de momentos de prazer.

Fábio Reis, Terapeuta da Fala da
Felicity




A Felicity – Terapias de Reabilitação e de Re-educação, dispõe de serviços personalizados e especializados num conceito de equipa transdisciplinar, onde integra as áreas de Fisioterapia, Psicologia, Terapia da Fala e Terapia Ocupacional.

Os serviços efectuam-se no distrito do Porto e de Lisboa, em residências particulares, instituições educativas e de saúde, lares da 3ª idade, centros de dia, associações, empresas e outros.

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Felicity já intervém na Grande Lisboa... e continua a crescer no Distrito do Porto!



O ano 2010 revelou-se bastante proveitoso para a Felicity. Aumentamos a equipa, o negócio cresceu e criamos uma relação saudável com os nossos parceiros e pacientes que, ao depositarem-nos a sua confiança, ajudaram-nos a traçar o melhor caminho. Atingimos assim todos os objectivos propostos!

Em 2011 a Felicity irá preparar inúmeras surpresas, novos workshops, artigos de grande interesse e uma equipa de profissionais cada vez mais especializados e dedicados a todos os nossos pacientes.
Desde o inicio do ano que também actuamos na grande Lisboa, alargando assim a nossa área de intervenção.

Desejando crescer significativamente na Capital, estamos neste momento a desenvolver parcerias com diversas instituições sediadas na Grande Lisboa, reforçando o nosso posicionamento no local.

A Felicity é uma Equipa Transdisciplinar que avalia numa perspectiva global e intervém num modelo sistémico. Actua no domicílio e nas instituições, implica a família no processo de recuperação e desenvolve programas de intervenção diferenciados. Promove a monitorização do tratamento, a investigação e a publicação científica dos métodos que utiliza nas intervenções Individual, Intensiva e de Grupo. Tem como missão obter a independência da pessoa, através do desenvolvimento das suas capacidades físicas, cognitivas e sociais, optimizando também os seus contextos naturais.

Contamos consigo para fazer prosperar esta equipa, que deseja melhorar a qualidade de vida de todos!




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Terapia da Fala - "A importância de respirar pelo nariz!"

Como é do conhecimento geral, a respiração é um processo fisiológico dedicado à troca de oxigénio e dióxido de carbono com o meio ambiente e é uma função vital, que nos acompanha desde os primeiros segundos de vida até aos últimos. Esta frequência tão alta é o que a torna, a par da mastigação, um dos processos fisiológicos mais importantes para desenvolvimento das funções, músculos e ossos do crânio e face.

Fisiologicamente estamos preparados para utilizar a via nasal, como a principal, para o processo respiratório. Quando a entrada de ar ocorre por esta via encontramos vantagens como a filtração, humidificação e aquecimento do mesmo. Estas características são promotoras de um sono adequado, crescimento facial harmonioso, maior concentração intelectual, e menores infecções do foro otorinolaringológico (amigdalites, otites, etc.). A par destas vantagens ainda podemos considerar que, quando a respiração ocorre via nasal, possibilita que a criança tenha a sua boca encerrada e estruturas como a mandíbula, bochecha, lábios e língua se encontrem numa posição de repouso adequada.

Apesar de todas as vantagens e propensão fisiológica para a respiração nasal, esta nem sempre ocorre ou é possível. Na base da respiração pela boca, podemos encontrar situações de obstrução da via nasal e faríngea (desvio do septo nasal, rinites, sinusites, aumento de volume de adenóides e amígdalas, etc.) e/ou situações de flacidez muscular ou hábitos orais inadequados. Relativamente a estas situações, é importante referir que é normal, em qualquer criança, que respire pela boca por curto período de tempo. É considerado um problema quando esta situação se torna um hábito.

No momento em que a respiração oral se instala, como um hábito, as consequências podem variar de acordo com a causa deste hábito, idade da criança e o tempo de instalação desta alteração. Este hábito poderá ter como consequências as alterações a forma e posicionamento de estruturas rígidas (ossos faciais e dentição), função e posicionamento dos músculos orais e faciais (lábios, bochechas, língua, etc.) e postura global. As alterações provocadas pela respiração oral poderão ainda, a um nível mais visível, ter repercussão na fala, mastigação, deglutição (acto de engolir).
 
Alguns dos sinais que poderão ajudar a identificar uma criança com esse mau hábito são: olheiras constantes; dorme de boca aberta constante mente; durante o dia e actividades tem os lábios entreabertos ou está com a língua fora da boca; está constantemente com os lábios ressequidos; fica rouco muitas vezes.

Quando uma criança é identificada com este hábito é extremamente relevante que se efectue uma intervenção em equipa. O Otorrinolaringologista será o profissional responsável pela avaliação médica das causas deste hábito, e, por exemplo, em casos de adnoidites ou amigdalites, será o profissional responsável pela decisão sobre uma intervenção cirúrgica ou farmacológica. O Médico Dentista concentra a sua análise nos casos em que o hábito esteja a provocar alterações do crescimento facial ou dentário e pondera a melhor conduta em relação à idade e situação clínica individual do paciente. Em determinados casos, o Fisioterapeuta poderá ter um papel relevante na intervenção, quando se trate de um caso com alterações posturais associadas ou outras alterações respiratórias. O Terapeuta da Fala será o responsável pela reeducação/treino/normalização do padrão e modo respiratório, funções como a deglutição e mastigação, articulação verbal (fala) e motricidade orofacial (músculos da face e boca), sempre com o objectivo final de estabelecimento de um equilíbrio entre as funções e estruturas orofaciais.

É extremamente importante que cada vez mais, os profissionais que contactam com crianças e pais estejam sensíveis a esta questão, uma vez que, ao longo do desenvolvimento da criança se torna mais difícil reverter este hábito e diminuir os impactos por ele causado.

Fábio Reis, Terapeuta da Fala da Felicity


A Felicity – Terapias de Reabilitação e de Re-educação, dispõe de serviços personalizados e especializados num conceito de equipa transdisciplinar, onde integra as áreas de Fisioterapia, Psicologia, Terapia da Fala e Terapia Ocupacional.

Os serviços efectuam-se no distrito do Porto e de Lisboa, em residências particulares, instituições educativas e de saúde, lares da 3ª idade, centros de dia, associações, empresas e outros.

 www.felicity.com.pt

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“Já não sou miúdo!” – O desenvolvimento do adolescente

A adolescência é o período de desenvolvimento que iremos abordar neste artigo. Período complexo e de transição, implica mudanças que vão desde a maturação sexual até ao pensamento abstracto e conquista da independência. È uma fase de profundas transformações, no corpo, na relação consigo próprio, com os outros e com o mundo.

O intervalo de idade que em que se considera que se está na adolescência oscila entre os 10-13 e os 18-22 anos. Os marcadores a partir dos quais podemos identificar a entrada na adolescência são as alterações ao nível físico, cognitivo e sócio-emocional. Ao nível físico, o crescimento é mais rápido e significativo. Ocorre a puberdade, a fase da adolescência em que se desenvolvem os caracteres sexuais, e com isso a maturidade sexual, que normalmente ocorre primeiro nas raparigas. Estas alterações físicas vão aumentar o interesse pela imagem corporal.

Ao nível cognitivo, as alterações são significativas. Desenvolve-se o pensamento abstracto e do raciocínio científico, e tornam-se capazes de pensamentos mais elaborados sem partir de algo concreto e de formularem hipóteses e trabalharem sobre elas. Os jovens estão a preparar-se para entrar no mundo adulto: começam a procurar a universidade ou o trabalho.

As alterações sócio-emocionais são fulcrais. Uma das mais visíveis, e que pode levar a alguns conflitos no seio familiar é o egocentrismo adolescente em certas atitudes e comportamentos; mas, no geral, as relações com os pais são positivas. Os grupos de amigos assumem cada vez mais importância e começam a procurar passar cada vez mais tempo com eles. È também no grupo e no convívio que se desenvolve o auto-conceito e o adolescente procura aqui outras referências, para além das familiares.

Estas alterações estão relacionadas com o tópico central do desenvolvimento sócio-emocional do adolescente: a formação da identidade. Esta forma-se quando o adolescente resolve três questões: a escolha de uma profissão ou de uma linha profissional de actuação; a adopção de valores próprios, que vai ter por base a referência familiar e educacional, mas também as próprias experiências; e o desenvolvimento de uma identidade sexual satisfatória, ou seja o aceitar a sua sexualidade em relação ao outro e a si próprio. A formação da identidade não é um período completamente pacífico, existem muitas fases a resolver, e é por essa razão que só fica formada no fim da adolescência.

Por todas as alterações que ocorrem e por ser um período de resolução, onde se testam limites, a adolescência também pode ser um período de risco: o abuso de drogas de drogas e álcool, as doenças sexualmente transmissíveis, perturbações do comportamento, a gravidez precoce e perturbações do comportamento alimentar são alguns exemplos de problemas que podem ocorrer na adolescência. Vamos abordar brevemente duas destas problemáticas: as perturbações do comportamento e do comportamento alimentar.

As Perturbações do Comportamento Alimentar são um conjunto de hábitos alimentares, práticas de controlo de peso, atitudes sobre a alimentação, o peso e o corpo, que são acompanhadas por instabilidade psicológica. Incluem a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa, e são mais comuns em raparigas (cerca de 90% dos casos). No entanto, também podem surgir em rapazes e em pessoas adultas, não sendo de desconsiderar a gravidade do problema.

A Anorexia Nervosa é caracterizada pela auto-privação alimentar com recusa em manter um peso corporal normal mínimo. Há um medo intenso em ganhar peso e perturbação da percepção do tamanho e formas corporais, em que embora se tenha um peso normal ou abaixo do normal, visiona-se como tendo excesso de peso. Na presença desta perturbação, existe uma perda de peso significativa, com comportamentos obsessivos em relação à comida e ao exercício, ficando a pessoa cada vez mais magra, fragilizada e sujeita a graves complicações de saúde.

Já a Bulimia Nervosa caracteriza-se pela ingestão compulsiva de quantidades exageradas de comida, seguindo-se de purgação, que pode ser feita através de laxantes, vómitos induzidos, jejum ou exercício físico excessivo. Muitas vezes, as pessoas com Bulimia Nervosa não atingem níveis de peso tão baixos como na Anorexia Nervosa, mas as constantes flutuações e os métodos purgantes são um sério risco para a saúde.

Estas perturbações são graves e podem ameaçar a vida do adolescente, se deixadas sem tratamento. Existem sinais de alarme que nos podem alertar para a presença destas perturbações: uma preocupação excessiva ou mesmo obsessão com o peso; restrição alimentar, e comportamentos como esconder comida ou evitar refeições em conjunto; humor depressivo; isolamento social; e irritabilidade. Na presença destes comportamentos deve-se procurar o apoio psicológico ou médico (de Medicina Geral e Familiar ou um Psiquiatra).

Já as Perturbações de Comportamento caracterizam-se por um padrão de comportamento persistente e repetitivo em que são violados os direitos básicos dos outros, regras importantes ou normas sociais próprias da idade do sujeito. Estes comportamentos dividem-se em quatro áreas: comportamento agressivo que ameaça ou causa sofrimento às outros; comportamentos não agressivos que causam prejuízo ou destruição na propriedade; falsificação ou roubo; e violações graves das normas. Considerados como adolescentes “difíceis”, a presença destes comportamentos é preocupante, e causa dificuldades nas relações familiares e na escola. Os sinais de alarme passam por reacções agressivas com os outros; o recorrer frequentemente a lutas físicas e ser fisicamente cruel com as pessoas; faltar às aulas; mentir frequentemente; e não cumprir as normas de casa, incluindo fugir de casa. Estas perturbações têm uma forte repercussão social e devem ser seguidas em apoio psicológico.

Magda Lomba, Directora Técnica da Felicity

A Felicity – Terapias de Reabilitação e de Re-educação, dispõe de serviços personalizados e especializados num conceito de equipa transdisciplinar, onde integra... as áreas de Fisioterapia, Psicologia, Terapia da Fala e Terapia Ocupacional.

Os serviços efectuam-se no distrito do Porto e de Lisboa, em residências particulares, instituições educativas e de saúde, lares da 3ª idade, centros de dia, associações, empresas e outros.


Felicity - Para todos. Em todo o lado.

Felicity - Terapias de Reabilitação e Re-Educação